terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pela legalização do Aborto - Parte II, A fecundação

Somos resultado de uma fecundação bem sucedida. Enlace de gametas. Bio-encontro. Sexo, puro sexo na grande maioria das vezes (não olvidemos os artifícios das produções laboratoriais). Poderíamos ser melhores, poderíamos ser piores? Não. Só poderíamos simplesmente não-ser.

Considerando que os espermatozóides se renovam a cada 72 horas no corpo masculino, ou em menos tempo em caso de ejaculação, se seu pai tivesse se masturbado uma vez a mais ou uma vez a menos, você já não seria. Caso sua mãe sofresse de um leve e usual desequilíbrio hormonal, você também não seria. Em seu lugar poderia ter sido outro, mais bonito, mais esperto, ou menos, ou nada.
 
Sacralizar a fecundação que se deu à revelia do desejo? Proteger esse emaranhado de células em detrimento do projeto de vida do casal?

A questão do aborto abala nossas camuflagens egóicas. Desmistifica a vida: não somos especiais enquanto embriões. Somos especiais quando investidos de libido, desejo, discurso, narrativa.

Um comentário:

Mariana Garcia disse...

É isso aí!!! Do caralhoooo!!!
"Somos especiais quando investidos de libido, desejo, discurso, narrativa"

AMEI AMEI AMEI!! #proescolha
Deixemos de lado que é necessário carregar uma "cruz". Peloamordedeus é só um embrião...

Beijão