Somos resultado de uma fecundação bem sucedida. Enlace de gametas. Bio-encontro. Sexo, puro sexo na grande maioria das vezes (não olvidemos os artifícios das produções laboratoriais). Poderíamos ser melhores, poderíamos ser piores? Não. Só poderíamos simplesmente não-ser.
Considerando que os espermatozóides se renovam a cada 72 horas no corpo masculino, ou em menos tempo em caso de ejaculação, se seu pai tivesse se masturbado uma vez a mais ou uma vez a menos, você já não seria. Caso sua mãe sofresse de um leve e usual desequilíbrio hormonal, você também não seria. Em seu lugar poderia ter sido outro, mais bonito, mais esperto, ou menos, ou nada.
Sacralizar a fecundação que se deu à revelia do desejo? Proteger esse emaranhado de células em detrimento do projeto de vida do casal?
A questão do aborto abala nossas camuflagens egóicas. Desmistifica a vida: não somos especiais enquanto embriões. Somos especiais quando investidos de libido, desejo, discurso, narrativa.
Um comentário:
É isso aí!!! Do caralhoooo!!!
"Somos especiais quando investidos de libido, desejo, discurso, narrativa"
AMEI AMEI AMEI!! #proescolha
Deixemos de lado que é necessário carregar uma "cruz". Peloamordedeus é só um embrião...
Beijão
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