Vidas e mortes de menina crescida
O verão tá acabando, mudei o nome do blog e o corte de cabelo. As cinzas da quarta-feira foram sopradas, Saturno retorna e o cãozinho foi castrado.
Deixo do nome antifleuma (indignada, ardida, sanguínea) para buscar outras significações pra esse repertório. É que pra dar algum sentido à minha batalha imaginária contra os cínicos e impassíveis, deturpei o sentido de fleuma, que é calma, paciência, serenidade. Já não posso sustentar qualquer contrariedade à fleuma, oras. Preciso é buscá-la. Tentando abandonar esse equívoco é que decidi mudar o endereço. Os nomes e suas repercussões...
E nesse ato re-inaugural de reconhecimento e mudança é que repenso esse verso:
"A gente nunca muda. A gente só muda quando morre."
É preciso morrer pra mudar? Não fisicamente, mas subjetivamente se deve deixar morrer. Abandonar definitivamente um erro é matar uma porção de si na qual contém uma certeza que precisa partir. É preciso humildade pra não temer essas mortes simbólicas que nos deixarão mais vivos. Desmonte, descarte que é morte pra ser vida (melhor) de novo.
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O verso é falado por André Abujamra na música Roda do Cavalo Afoito do Universo em Verso Livre, banda curitibana pela qual guardo imenso carinho. A música é de autoria dos queridos Fred Teixeira e Bernardo Rocha. Tem o clipe aqui.
2 comentários:
"Abandonar definitivamente um erro é matar uma porção de si na qual contém uma certeza que precisa partir"
Humilhou. Uma constatacao fleumatica (no 'novo' e bom sentido), por excelencia.
Salve o(s) novo(s) nome(s). Vai ter festa de batismo? :)
Valeu, Gabriel. Você é um cara muito gentil por comentar quase sempre aqui.
:)
Sobre festa/batismo e outras cerimônias, você sabe que vejo todo sentido nos rituais que celebram a transição de sentidos. Seria bom, faria bem. Mas não me ocorre nada sobre como fazer isso. rs. Alguma sugestão?
De novo, valeu!
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